terça-feira, 22 de abril de 2008

1000 e uma reflexões que eu preferia não ter tido... e os fatos imbecis que me levaram a elas...

  • um padre demente e uma idéia de girico... se você quer aparecer tire a roupa e fique completamente nu, enfie uma banana no rabo, carregue uma melancia na cabeça, vista uma camisa do palmeiras e grite porco... faça tudo o que o cão lhe atentar, mas evite voar com 1000 balões num dia chuvoso... para variar, além da idéia idiota, o padre carregava um GPS (o que não é uma idéia idiota!)... mas ele esqueceu de entender como funcionava (isso sim é o cúmulo da idiotia!)... este padre queria aparecer... e escolheu a fila do Padre Pinto... nem todo mundo tem a sorte de escolher a fila do Padre Marcelo...
  • uma do padre marcelo... ao ser perguntado o que ele pensava que era importante para vida de um homem de deus... ele ergue a mão e indica os cinco dedos... e vai dizendo da forma mais didática possível... humildade, humildade, humildade, dedicação, humildade... esse padre marcelo inspira muita gente... que o diga o padre dos balões... porque o padre dos balões não queria aparecer, ele queria ajudar as criancinhas... na verdade, os filhotinhos... de tubarão... rárárá rárárá rárárá rárárá rárárá rárárá rárárá rárárá....
  • outra do padre marcelo... é o padre marcelo que aparece em todas as degraças transmitidas na tv ou é a tv que transmite as desgraças em que o padre marcelo está por perto? agora á a vez da menina izabela...
  • Porque a Xuxa foi se solidarizar com a mãe da menina Izabela? Será que ela tem medo que aconteça o mesmo com a Sasha? Mas será que o Szafir faria isso? Não né... depois da Daniela Perez todo mundo viu que isso pega mal pra caralho... Deve ser porque a idiota não pode perder uma oportunidade de aparecer na TV como uma santinha de meia tigela... e aí Pelé, por onde voce tem andado? Meus instintos dizem que as últimas lágrimas sinceras de Xuxa você não pode enxergar, porque ela estava de costas... com drible da vaca e tudo... erra o gol mas não perde o lance...
  • outra do domingão... imperdível... mais decadente que isso só o Roberto Carlos cantando no cruzeiro das loucas da terceira idade... e vai começar... “o grande prêmio de mágica internacional”... “e vamos começar com essa loirinha do kentucky... huummm.. olhem como ela pula bonitinho... ela tem um pano preto na mão... ela mexe o pano... mexe mais um pouco... como ela mexe bonitinho essa kristin... será que ela vai fazer uma mágica? Ela mostra um desenho de coelho no pano... hummm... ela mexe de novo... “ chega, tá bom demais... é aquela velha história: Porque o Cid Moreira não morreu a uns vinte anos atrás?
  • quem não achou os matadores profissionais de filho alexandre e ana carolina convincentes levante a mão? Mas não se esqueçam, como diria alexandre “quando levantarem a mão certifiquem-se de estar com o corpo da menina todo pra fora da janela e com ela sufocada e quase morta”... estes sim, são uns filhos da puta... e ainda são convincentes... nessas horas, honestamente, eu preferia acreditar numa espécie de feitiço vodu, ou possessão demoníaca... mas é realmente incrível como a mente e as ações humanas conseguem superar anos luz a realidade nua e crua da natureza dionisíaca da vida...
  • em salvador um idiota entra com algumas latas de solvente dentro de um ônibus... elas pegam fogo, muita gente se queima feio, muita gente se fudeu.... e aquela velha pergunta fica em nossas mentes: será que este idiota estava fumando?
  • pegando embalo na imbecilidade... em todo brasil, um idiota para com seu carro novo, com uma gata no carona, para tomar uma cervejinha num posto de gasolina... ele compra uma skó... duas skó... não fez nada demais... o posto de gasolina explode, todos morrem... será que ele acendeu um cigarrinho pra acompanhar a cervejinha? (essa é uma profecia...)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

...porque eu gosto muito de beatles de verdade...

poxa, é necessário um esclarecimento básico... eu gosto muito de beatles, sem dúvida os maiores gênios da cultura/música contemporânea, surpreendentes na delicadeza e na intensidade em que escreveram e deram vida a cada uma de suas músicas... gostar dos beatles é meio como se assumir maconheiro, ou surfar, ou ser judeu, jovem cristão... assim... gostar dos beatles é fazer parte de uma comunidade muito extensa e diversa... daqueles que conhecem muito aos que acabaram de conhecer... dos que insistem em deificar um deles em detrimento dos outros... dos que repartem o organismo em fases rock, pop, psicodelica... dos que gostam de uma música, um disco, dos que lembram de uma capa, dos que respeitam e admiram e confessam terem ouvido pouco...

beatles para mim representa presença e descoberta... porque eu gosto do pink floyd, mas ainda assim chega um determinado momento que o som deles, por mais que eu seja definitivamente fascinado pela capacidade deles de criarem pérolas universais e cósmicas, mas se repete, ou emudece, ou exagera, ou apenas chega... beatles representa descoberta porque cada música é um novo tema, e cada tema promove e registra um momento como se ele não pudesse nem ter sido pensado sem aquela trilha, naquele ritmo, entre aquelas pessoas, fazendo aquelas reflexões... por mais que já tenha ouvido centenas de vezes nowhere man, no dia em que estive sozinho numa viagem a porto seguro, depois de uma noite exagerada e regada a destemperos e muito alcool, fiquei por duas horas olhando o mar e ouvindo somente esta música, repetidamente, repetidamente, repetidamente, repetidamente... e juro que sentia aqueles caras ali, tocando e cantando junto comigo “Nowhere Man, the world is at your command”, “Making all his nowhere plans for nobody”...

e num passado distante, a long long long time ago, eu ouvia por passatempo o álbum branco também repetidas vezes quando conheci Alenka Schmidbauer, uma garota austríaca muito bonita e simpática que me pediu para identificar o que eu ouvia no compact disk (ainda não existia Ipod)... eu ouvia o álbum branco... ela tinha 19 anos e viajava ao redor do mundo ao lado da amiga tanya, outra garota de 18 anos... e ela me disse, me recordo de suas palavras... “oh, you are listening the white álbum... great... what´s the best music for you?”… eu nunca tinha pensado naquilo… respondi a verdade, na época era a música que eu mais ouvia... “Yer Blues”… e ela falou… “It´s nice”… fiquei frustrado com a resposta e perguntei a dela... e ela falou... “I´m so tired”... naquele momento fui ouvir aquela música que tantas vezes passou despercebida... e descobri beleza daquela canção sendo recitada na voz de uma linda garota austríaca de 19 anos... vida longa para Alenka Schmidbauer... e por isso beatles é também fonte de eternas descobertas...

e nos últimos seis meses, ouço "I´m so tired" praticamente todos os dias... e porque depois da descoberta, a música que fora tema de novela, reverbera no acaso e no caos e se transforma em instrumento de alívio cotidiano...

I'm so tired
The Beatles

I'm so tired,
I haven't slept a wink
I'm so tired, my mind is on the blink
I wonder should I get up and fix myself a drink
No,no,no.

I'm so tired
I don't know what to do
I'm so tired, my mind is set on you
I wonder should I call you but I know what you would do

You'd say
I'm putting you on
But it's no joke,
it's doing me harm
You know I can't sleep,
I can't stop my brain
You know it's three weeks,
I'm going insane
You know I'd give you everything I've got for a little peace of mind

I'm so tired,
I'm feeling so upset
Although I'm so tired
I'll have another cigarette
And curse Sir Walter Raleigh
He was such a stupid get.

You'd say
I'm putting you on
But it's no joke,
it's doing me harm
You know I can't sleep,
I can't stop my brain
You know it's three weeks,
I'm going insane
You know I'd give you everything I've got for a little peace of mind
I'd give you everything I've got for a little peace of mind
I'd give you everything I've got for a little peace of mind(mumbling)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

...e foi durante um belo dia de boas ondas...

domingo, praia do sítio do conde, praia sem vento, ondulação de força média, séries de meio metro, com bastante paciência podia se encarar uma seriezinha de um metro, a cada uma hora, demorando muito... podia-se dropar lá no outside com as ondas gordas e abrindo, a uns cinqüenta metros da beira da praia, e ir até a areia numa mesma onda, com ela se fechando vagarosamente até fechar completa na areia...

o mar vazio comigo e outra cabeça surfando de um lado pro outro, uma onda atrás da outra... tipo de brincadeira que dá vontade de morrer brincando, de não parar, de ficar até quebrar tudo, até a água do mar secar ou o corpo ir se liquefazendo...

toda esta brincadeira começou sábado e foi entrando pelo domingo melhor do que nunca... foi quando fui pego de surpresa por uma experiência que já ouvira falar ser cotidiano dos surfistas... a terceira experiência mais traumática de minha vida como surfista (e primeira foi quando partiu o leash num swell monstro e eu estava sozinho no mar, imaginem, voltei nadando com o mar puxando muuuuito... a segunda foi quando quebrei a quilha na minha perna e me machuquei feio)... corpos ao mar, afogamentos, cadáveres boiando... no meu caso, um garoto de 14 anos se afogando, já sem forças, no meio de ondas grandes, engolindo muita água...

eu ia dropar uma das ondas grandes quando ouvi uma voz gritar socorro... confesso que não levei a sério, pensei ser garotos brincando, tinham vários ao redor, dei as costas e segui para o fundo, mirando as ondas... foi quando ouvi de novo, “socorro, eu vou morrer, socorr”... a voz foi calada pela água sendo engolida... olhei na direção do som, atrás de mim uma onda crescia e ia quebrar exatamente em cima do rapaz que só tinha as mãos fora dágua...

isso tudo ocorreu em mim exatamente como descrevo agora... por um, dois, três segundos, tive medo e passou pela minha cabeça dar as costas, ir pedir ajuda, perto do garoto tinha umas pedras também, nós dois podíamos nos machucar, ele tinha quase meu tamanho, ia ser difícil retira-lo dali, e se eu saísse dali ele iria morrer, sem dúvida... mas juro que só foram três segundos... porque eu não resisti ao apelo da vida do rapaz, em desespero... e fui salvá-lo...

e no meu cérebro naquele momento, lembrei do livro de saramago “o evangelho segundo jesus cristo”... do trecho que aborda o erro de josé ao ouvir uma conversa entre soldados romanos que tratavam do velho pesadelo de herodes sobre o nascimento do salvador do povo que acabaria com seu reinado de maldade e tirania... para preservar seu reinado, herodes ordena a morte de todos as crianças primogênitas da galiléia... ao ouvir aquilo, josé ao invés de lutar contra todos e avisar vizinhos e parentes e tentar salvar a vida de algumas crianças, covardemente foge com o filho para as colinas e de lá, com a vida do filho salva, passa a noite ouvindo os gritos desesperados de pais e mães assistindo a cruel morte dos seus filhos...
a conseqüência deste ato covarde leva josé a loucura e um dia, com jesus adolescente, quando ele é preso pelos soldados romanos, se entrega e pede a morte na cruz... cristo descobre que sua vida é fruto de um ato de covardia do pai... aí começa o sumiço de cristo, o trecho de sua vida que pouco se conhece...
abaixo trecho que faz referência ao livro: “Porque é que o carpinteiro José não avisou todas as mães de Israel daquilo que José sabe: que Herodes vai assassinar todos os recém-nascidos do reino? Para salvar Jesus, para que Jesus cumpra o seu destino, que será, também, a sorte da morte? Será que José reserva Jesus para a morte na Gólgota? Para isso salva-o Herodes? E os outros, todos os outros meninos, esses o quê? Pode elevar-se a glória de Deus ou de um governo sobre a miséria de um só menino morto?”
...acima um quadro do artista barroco Peter Paul Rubens, "O Massacre dos Inocentes", ilustra este momento da loucura de herodes...
e naqueles segundos eu pensei nisso tudo... e vi o garoto me olhar e pedir socorro de novo... e nadei como nunca em direção ao rapaz, e quando estava a dois metros dele, uma última onda o cobriu com força, eu esperei, ele desapareceu na espuma e não subiu pra superfície, eu larguei a prancha, mergulhei e agarrei ele pelos braços e subi ele jogando-o em cima da prancha... ele se agarrou em desespero na prancha... atrás uma onda imensa decide quebrar de novo em cima de nós dois, tomamos a vaca e ele se distancia de mim, uns dois metros e volta a engolir agua... eu o alcanço e seguro ele apoiando-o na prancha... o mar não deu trégua, vinha uma outra onda, ainda maior... eu grito para ele, “segure minha mão, e não largue”... ele responde “eu vou morrer, não me deixa morrer”, eu gritei, “vai morrer porra nenhuma rapaz, eu vou te tirar daqui, agora puxa o ar e mergulha que ta vindo outra onda”... ela já quebrava em cima da gente... não dei tempo pra ele respirar... mergulhei e puxei ele com força pro fundo... ele se debateu mas eu segurei, e quando senti o alivio da força da onda eu subi, ele estava zonzo, e vinha a ultima onda da série, maior de todas... ele chorava e eu disse “para de chorar porra... respira que a gente vai mergulhar de novo”... e quando a onda chegou perto, eu mergulhei e puxei ele de novo, neste momento ele já foi mais fácil, já não segurava minha mão, eu tive que fazer força para segura-lo, o que comprovava que ele estava ficando inconsciente... era a ultima onda... o mar alisou... eu coloquei ele na prancha e fui indo pra beira... ele vomitava água e estava grogue... ainda chorava... cheguei na beira da praia e ele não tinha forças pra nada, já estava quase desmaiado... coloquei ele no colo e fui pra areia... uma multidão se aglomerou ao meu redor... chegou o salva vidas, não conheço primeiros socorros, deixei ele fazer o serviço dele, e ele também não sabia... mas o garoto se manteve acordado e vomitou bastante água, o que era bom... muita gente ao redor... senti que tinha feito minha parte... aparece meu pai... pergunta o que foi, se assustou, pensou que tinha sido eu... aparece a mãe do menino, desesperada... eu fui voltando pro mar... meu pai passou do susto já tava mais tranqüilo... fui voltando pro mar... alguém grita... “foi o surfista minha senhora”... eu viro... ela vem em minha direção e me dá um beijo e me abraça dizendo... “você é uma alma abençoada, é o salvador de meu filho, obrigada, você tem uma missão aqui, era pra você estar no mar, era pra você estar lá... você é um anjo rapaz, um anjo”... fiquei emocionado... disse a ela que só fiz o que tinha de ser feito, como qualquer outro em meu lugar...

virei de costas... e segui pro mar... dei as costas a todos... e de repente ouvi a multidão me aplaudir, uns quinze segundos... eu não virei de costas... fiz questão de ser um qualquer para todos eles... sou um humano como outro qualquer... que não saberia assistir a morte sentado, tranqüilo...

voltei ao mar... surfei quinze minutos e ouvi garotos gritando e fui ver o que era... eram garotos brincando... eu estava tenso, preocupado, ouvindo coisas... não consegui mais me concentrar no surfe... deixei o mar... meus pais estavam orgulhosos, e eu também... eu consegui... salvei uma vida... e senti medo, como um ser humano deve sentir, mas não me acovardei... superei... mas já era o bastante por aquele dia...

tive medo... não gostaria de viver aquilo de novo... mas acho que aprendi a lição de que essas coisas não se escolhe... é muito difícil encarar o fato de que existe uma vida nas suas mãos... e muito difícil imaginar que eu posso fazer alguma coisa e não farei... decidi fazer um curso de primeiros socorros... quando decidir salvar alguém, irei de verdade, até o fim...
http://www.cdof.com.br/socorros2.htm

é assim que deve ser... e é assim que será...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

os supremos... mark millar, bryan hitch, andrew currie...

aí em cima esta a capa de marvel zombies, de robert kirkman, historia de um universo paralelo da marvel onde todos os heróis são zumbis... tenho a revista zero, chamada dead days, magnífica... mas quero falar de outra coisa... comprei a edição definitiva de capa dura dos supremos na saraiva... peguei pela internet, sem pagar frete, num preço que caiu do céu... lindo... e outra obra, killing joke, piada mortal, allan moore fazendo batman e coringa... o melhor do melhor de batman... voltando a tal compra, ainda de quebra peguei também uma coletânea profissa do alex ross e algumas histórias do monstro do pântano de allan moore... mas quero falar dos supremos...
estes ai em cima são os supremos, edição definitva... podem chamar de coisa de criança, e criança gosta mesmo destas coisas, mas a evolução da linguagem utilizada nestas revistas e a interferência de temas e contextos contemporâneos e suas decorrentes interpretações dadas tanto aos perfis dos personagens quanto aos ambientes que interatuam é digna de ser considerada como, junto com o cinema, as animações e os jogos eletrônicos, um dos mais fabulosos produtos culturais da atualidade...
e os trezentos de esparta de frank miller... tenho a edição de capa dura e widescreen... estas novas obras dos quadrinhos são encantadoras... a arte gráfica e os roteiros possuem uma noção/definição estética tão bem construída que sua transposição para outras mídias, como no caso do cinema ou das animações é imediata... frank miller, neil gayman, kurt busiek, allan moore, alex ross, jeph loeb, robert kirkman... e enfim, mark millar, bryan hitch, andrew currie e os supremos...
não quero falar muito... não devo... sim , é uma história de super heróis... sim, o capitão américa representa o herói americano, e ele é o grande líder do grupo e a grande referência de ética, ordem e justiça... um personagem fora de sua época, o mais reacionário, o de valores antigos e muitas vezes antiquados... o homem de ferro um moribundo rico e bêbado... thor um humano lunático que se diz deus, hippie e anti-imperialista... bruce banner um cientista frustrado, hank pym tem problemas com violência doméstica... os supremos ainda não chega ao pesadelo beatnik do universo dos planetary, como no caso do personagem do doutor, anti herói que viaja no tempo apenas com o pensamento e pode intervir e mudar a história nestas viagens, mas que para fazê-lo precisa estar dopado e injetar heroina na veia... e vive a ponto de morrer de overdose... mas já provoca muito o que pensar... e nos faz repensar o papel destes heróis que se destacam quanto mais se parecem com o homem comum...

terça-feira, 1 de abril de 2008

"Precisar de dominar os outros é precisar dos outros. O chefe é um dependente." Fernando Pessoa

eu sou chefe... e meus subordinados não acompanham muito o que escrevo... já sou chefe a uns... sete anos... já contratei muita gente, demiti alguns, orientei outros, discuti com vários, enfrentei a maioria... e descobri a minha forma de exercer o poder... e estou satisfeito com ela...
sou um homem que não negocia as posições sexuais... puxa com força ou beija com leveza, toma pelos braços e joga na cama, com a mesma certeza que carrega no colo enquanto lambe o pescoço e respira com dificuldade... dificilmente me deixo levar... assim como na música, quem conduz sou eu...
por vezes me deparo com um enfrentamento... sou acusado de mandar demais... e mandar demais é algo que me incomoda profundamente, pois sempre enxergo como algo que cerceia a liberdade, que limita a vida... mas eu mando demais, muitos me dizem isso... não deve ser mentira... eles devem estar certos...
já ouvi inúmeras vezes, "porque tem que ser sempre do seu jeito?"... não precisa ser sempre do meu jeito... mas eu quero que seja sempre do meu jeito... mas as coisas só serão do meu jeito se o outro quiser, assim como eu quero... eu preciso que ele queira que as coisas sejam do meu jeito... eu preciso...
foi quando recebi um tapa na cara... pois sempre pude perceber que a necessidade de fazer com que as pessoas cumpram aquilo que é meta minha é na verdade uma relação muito forte de dependência direta minha... é daí que surgem as ordens... quero que façam o que eu quero, como eu quero, por isso mando, pois preciso deles para que as coisas aconteçam... mas quando saio e as pessoas ficam por conta própria, acabam fazendo como querem, e o que querem... pois jamais farão exatamente aquilo que eu quis da forma que eu quis...
enfim, eles nunca se abalaram com nenhuma de minhas ordens... nunca houve uma “ordem”... é tudo coisa minha, de minha cabeça, como mais uma de tantas idiossincrasias...e no fundo, no fundo, quando mando demais, quem acaba perdendo a liberdade sou eu...